Vamos à luta: jornada em defesa das trabalhadoras e trabalhadores da saúde segue até dia 20

Ações pelo país. É urgente chamar a atenção ao risco que estão correndo as trabalhadores e trabalhadores da área da saúde ao enfrentar a Covid-19 sem condições de trabalho

O 12 de maio, Dia Nacional da Enfermagem, foi marcado por expressivos protestos em unidades hospitalares e atos de solidariedade. Mas essa luta não acabou aí. Segue até o próximo dia 20. Nesta sexta-feira (15), temos Dia da(o) Assistente Social e, na quarta-feira (20), é o Dia Nacional de Técnica(o)s e Auxiliares de Enfermagem.

Ações continuam pelo país. É urgente chamar a atenção ao risco que estão correndo as trabalhadores e trabalhadores da área da saúde ao enfrentar a Covid-19 sem condições de trabalho.

O Brasil já perdeu mais profissionais da enfermagem mortos por Covid-19 do que os Estados Unidos, o país mais atingido pela pandemia do novo coronavírus até agora. Na quarta-feira (7), o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) anunciou 98 óbitos confirmados. Até a data, nos EUA, haviam sido registradas 91 mortes.

O Conselho Internacional de Enfermeiros, o ICN (Internacional Council of Nurses) divulgou que em todo o mundo, 90 mil trabalhadores da categoria havia sido infectada pelo vírus. Desse total, sozinho, o Brasil já é responsável por 38% das mortes. É alarmante!

Segundo o Cofen (Conselho Federal de Enfermagem), há cerca de 12 mil enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem entre infectados e suspeitos de terem contraído a doença. Todos foram afastados com suspeita, por não terem testado, ou confirmação de estarem com o novo coronavírus. Infelizmente, 94 já perderam a vida.

Estes números são apenas da categoria de enfermagem. Não temos o número de todas trabalhadoras e trabalhadores infectados e mortos pela Covid-19.

Nos atos do dia 12 ficaram evidentes a preocupação e os riscos que correm as trabalhadoras e trabalhadores da saúde. “Não queremos homenagens, queremos condições de trabalho e dignidade”, declarou a diretora do Sindsaúde-RN Alclea Costa durante o protesto em Natal (RN).

No Hospital Universitário da USP, em São Paulo, houve uma bela homenagem, com balões brancos e pretos, aos trabalhadores da saúde que perderam suas vidas para salvar outras vidas. “Mas também é uma homenagem as todas e todos trabalhadores da saúde que deixam suas casas para dedicar um momento de suas vidas para cuidar dos pacientes”, disse a dirigente Rosane Meire Vieira, que defendeu EPI’s para todas as funcionárias e funcionários do HU e contratações para atender à demanda entre outras.

No ato organizado pelo Sintuff (Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal Fluminense), em frente ao Hospital Universitário Antonio Pedro, foi lembrado o nome de cada profissional da saúde que perdeu a vida naquela unidade. “Tudo isso por falta de condições dignas de trabalho e EPI’s”, denunciou uma das dirigentes.

Em Belém (PA), a enfermeira Zila Camarão denunciou gestão irresponsável que não coloca a vida como prioridade no HUJBB (Hospital Universitário João de Barros Barreto).  O ato teve como bandeiras a defesa do SUS (Sistema Único de Saúde), pelo incentivo à ciência e a valorização desses trabalhadores. Apresentou uma série de revindicações, entre elas o afastamento do grupo de risco, pois os funcionários que foram a óbito ou contraíram o vírus estavam neste grupo. “A enfermagem hoje está de luto e não é dia de comemorar nada, nós temos uma gestão muito irresponsável que não coloca a vida como prioridade”, disse Zila.

E assim se deram mais protestos pelo país, como a emocionante manifestação em Brasília (DF). Além desses, atos de solidariedade de outras categorias como metalúrgicos e servidores de Minas Gerais, metroviários de São Paulo, metalúrgicos de São José dos Campos, Andes-SN, e diversas categorias do Rio Grande do Sul, entre outras.

A CSP-Conlutas participou de diversos protestos solidarizando-se com essa luta.

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A falta de recursos na área e o desmonte produzido pelos sucessivos governos ao longo dos últimos 50 anos evidencia neste momento o quanto o capitalismo é incapaz para garantir a vida dos trabalhadores e trabalhadoras. É por isso que a luta da saúde não para por aqui.

É necessário exigir condições de trabalho dos governos (federal, estaduais e municipais) e das empresas para os trabalhadores e trabalhadoras da saúde EPIs, condições de trabalho, treinamento e testes para o vírus a todas e todos trabalhadores da saúde, assim como garantia de transporte seguro e alojamento próximos aos hospitais. É necessário defender o SUS (Sistema Único de Saúde), com investimentos urgentes, e a estatização dos hospitais privados para que fiquem a serviço da Covid-19, como fez a Espanha.

Sindsaúde do Rio Grande do Norte realiza uma semana de protestos em hospitais 

O Sindsaúde do Rio Grande do Norte vem realizando uma jornada de mobilizações da categoria nessa semana que envolve diversas datas: o Dia Internacional da Enfermagem (12/5), o Dia do(a) Assistente Social (15/5) e o Dia Nacional de Técnica(o)s e Auxiliares de Enfermagem (20/5).

As trabalhadoras e trabalhadores realizaram um ato simbólico na manhã de quarta-feira (13) em frente ao Hospital Santa Catarina, na Zona Norte de Natal. A categoria denunciou as más condições de trabalho, a falta de EPI’s (equipamentos de proteção Individual) e o descaso do governo com a saúde pública. Homenagearam também as vítimas de Covid-19.

No dia seguinte (14), o protesto aconteceu pela manhã na entrada do Pronto Socorro Clovis Sarinho do hospital Walfredo Gurgel. Novamente com cruzes nas mãos e segurando cartazes, os servidores da saúde denunciaram as péssimas condições de trabalho, a falta de EPI’s, as mortes causadas pela Covid-19 e exigiram o lockdown [bloqueio total de circulação de pessoas na cidade] para reduzir o aumento de contaminação. Houve o momento de aplauso à luta corajosa desses profissionais e em memória dos que tombaram para salvar as nossas vidas.

Há novas mobilizações marcadas para segunda-feira (18) no Hospital Municipal de Natal e na quarta-feira (20) no Hospital Deoclécio Marques, na Grande Natal.

Em uma das manifestações, houve o momento de aplauso à luta corajosa desses profissionais e em memória dos que tombaram para salvar as nossas vidas.

2/05 – Dia Internacional da Enfermagem e do Enfermeiro

12M: SOS Trabalhadoras(es) da Saúde! Nossas vidas importam!

Quarentena Geral para todos! Fora Bolsonaro e Mourão, Já!

15/05 – Dia da(o) Assistente Social

15M: SOS Trabalhadoras(es) da Saúde! Nossas vidas importam!

Quarentena Geral para todos! Fora Bolsonaro e Mourão, Já!

20M: Dia Nacional de Técnica(o)s e Auxiliares de Enfermagem

SOS Trabalhadoras(es) da Saúde! Nossas vidas importam!

Quarentena Geral para todos! Fora Bolsonaro e Mourão, Já!

Fonte: CSP-Conlutas.