Alta nos preços sentida no bolso dos brasileiros é maior que inflação anunciada
A carne, por exemplo, acumulou alta de 32,4% no decorrer do ano passado. O preço do feijão ficou 55,99% mais caro
A inflação fechou o ano de 2019 oficialmente pelo medidor IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em 4,31%. Aliás, taxa superior aos 3,75% computados em 2018. Entretanto, se computarmos o peso nos bolsos das brasileiras e dos brasileiros, esse índice parece abaixo dos aumentos sofridos em 2019.
A carne, por exemplo, acumulou alta de 32,4% no decorrer do ano passado. O preço do feijão ficou 55,99% mais caro. Essa alta no valor dos alimentos obrigou a maioria dos brasileiros a mudar o tipo de alimentação a que estava acostumada. O grupo de alimentação e bebidas apresentou a maior variação e impacto entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, atingindo o índice de 6,37%.
Os planos de saúde estão custando os olhos da cara, com cada vez menos famílias podendo ter acesso ao que já se tornou artigo de luxo, num país onde saúde pública sofre sucateamento constante. As famílias que ainda podem pagar por tal item gastaram 8,24% a mais em 2019 com plano de saúde, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Assim, Saúde e cuidados pessoais cresceram 5,41% em 2019.
Os transportes marcaram o índice de aumento de 3,57% no total, mas é preciso lembrar que o aumento nas passagens de ônibus urbano totalizou 6,64% e na gasolina 4,03%.
Já para o início de 2020, quem tem filhos na escola e precisa comprar material escolar, um aviso: o preço dos produtos deve aumentar 8%, em média, em janeiro e fevereiro deste ano, em relação ao mesmo período de 2019, informa a Abfiae (Associação Brasileira dos Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares).
Todos esses aumentos apontam um impacto significativo na vida do trabalhador. Entretanto, outros itens compõem os cálculos da inflação. Entre os que tiveram um aumento menor, puxando o total da inflação para baixo estão os planos de telefone celular (1,89%) em Comunicação (1,07%). Os itens de artigos de residência ajudaram a puxar a inflação para baixo com as quedas nos preços dos itens TV, som e informática (-4,41%) e mobiliário (-1,21%).
“Mas quem vive somente de comprar móveis e geladeira, não é mesmo? Os itens que precisamos no dia a dia são os que sofreram maiores aumentos”, comentou o dirigente da CSP-Conlutas, operário da construção civil Atnágoras Lopes.
Acesse AQUI em publicação da Fiesp a tabela com os índices que são utilizados para computar a inflação.
Fonte: CSP-Conlutas.
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