Mulheres vão às ruas contra Bolsonaro e a Reforma da Previdência e apontam novo ato por Marielle
Neste 8 de Março, Dia Internacional de Luta das Mulheres, no Brasil e em diversos países trabalhadoras se manifestaram por direitos iguais, contra o machismo e a violência contra a mulher, além de outras bandeiras fundamentais. Manifestações que reuniram centenas de milhares em diversos países.
No Brasil, a mobilização continua na quinta-feira (14). As mulheres vão tomar as ruas novamente exigindo justiça para a morte de Marielle Franco, vereadora do Psol, assassinada no ano passado. Nesta data, completa-se um ano do crime sem punição para os mandantes e executores.
A luta contra a Reforma da Previdência, uma importante bandeira do 8 de março, conta com importante atividade no próximo dia 22, quando trabalhadoras e trabalhadores novamente se manifestarão em todo país contra o governo de Bolsonaro que quer acabar com o direito de se aposentar dignamente. Acontecerão lutas, protestos e paralisações, convocadas pelas Centrais Sindicais, rumo à uma Greve Geral no país.
Atos do Dia Internacional da Mulher
Os atos mostraram a disposição das mulheres de enfrentar, com independência, aqui no Brasil, pautas conversadoras do governo Bolsonaro. Em todas as capitais aconteceram protestos neste #8M. A principal bandeira foi em defesa das aposentadorias e contra a Reforma da Previdência, que vai prejudicar muito mais as mulheres. Os atos se estenderam também no sábado (9) e domingo (10) a I Marcha da Periferia das Mulheres da zona sul.
Confira o giro das mobilizações nos estados
Em São Paulo (SP), o ato foi marcado por protestos contra Bolsonaro, Reforma da Previdência e por justiça para Marielle.
As ações tiveram início logo cedo, nas fábricas, com assembleias e panfletagens.
Saiba como o dia começou em matéria publicada na manhã dessa sexta-feira: #8M: atividades em fábricas debatem a luta contra o machismo, a violência e a Reforma da Previdência
Maior parte das manifestações tomaram as ruas no período da tarde, levantando bandeiras do movimento de mulheres e LGBT. Em São Paulo, na capital, o ato se concentrou no Vão Livre do Masp, às 16h, e saiu em caminhada, rumo ao centro, por volta das 19h. Foram para essa manifestação cerca de 10 mil pessoas. Protestos contra Bolsonaro, a Reforma da Previdência, a violência contra a mulher e o feminicídio deram o tom ao ato, além de relembrar Marielle Franco, vereadora do Psol (RJ), assassinada junto de Anderson Gomes, motorista, há quase um ano. No bloco da CSP-Conlutas, estiveram presentes movimento de mulheres, sociais, do funcionalismo público, secundaristas, imigrantes.
Maura Lopes, da Ocupação Esperança, destacou que “as mulheres da Ocupação se organizam e realizam reuniões e atividades para falar sobre o machismo, a violência e o feminicídio”, e que por esse envolvimento muitas estavam nesse dia de luta dos movimentos de mulheres. O Movimento Luta Popular, que organiza a Esperança, levou sua palavra de ordem nas faixas, dessa vez afirmando que lá estavam “os de baixo, por nenhuma a menos”.
Para Marcela Azevedo, da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas e do MML (Movimento Mulheres em Luta), “o ato do 8M demonstrou a disposição de mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras para derrotar ataques dos governos”, em especial os de Dória e de Covas, dos governos estadual e municipal, mas também de Bolsonaro. “A força dessa manifestação nos mostra que é possível realizar um forte 22 de Março [dia de lutas chamado pelas centrais] e derrubar a Reforma da Previdência”, apontou Marcela.
O ato terminou na Praça Roosevelt, na região central. Com muitos manifestantes nas ruas, não foi possível reunir todos no ponto final do protesto, que terminava ainda na rua Augusta. A multidão começou a se dispersar pela rua da Consolação.
Em Belém (PA), cerca de 2 mil pessoas participaram do ato, que foi aberto por um “Banquetaço”, organizado pelas Mulheres do Campo e o MST. Em ritmo de bloco de Carnaval, com palavras de ordem e marchinhas preparadas especialmente cantadas contra a Reforma da Previdência, o Machismo, a violência do Estado, o Feminícídio, as Mulheres fizeram estandartes e desfilaram pelas ruas animadas, rumo ao bairro da Pedreira, local decidido em reuniões para onde deveria ir o ato. Com o objetivo de falar com as mulheres trabalhadoras que estavam na labuta, o ponto elegido para finalizar o protesto foi o prédio do INSS, localizado na avenida Pedro Miranda. Foi uma forma simbólica de dar o recado da Mulherada, aos governantes e patrões que nos direitos previdenciários, não se mexe!
Muitas falas contra a famigerada Reforma que o governo do ultradireita Bolsonaro quer aprovar, foram faladas. Marielle Franco, vereadora do PSOL, barbaramente assassinada ano passado também foi lembrada em algumas intervenções, visto que sua morte sem que os assassinos tenham sido revelados e presos, completa no próximo dia 14, um ano.
Em Recife (PE), mais de 10 mil mulheres colocaram a capital pernambucana para ferver na última sexta-feira (08). A manifestação unificada do 8 de março em Recife contou com a participação de diversos movimentos sindicais e sociais. A passeata saiu às 16h da praça do Derby, seguiu pela Avenida Conde da Boa Vista e terminou na praça do Diário com o objetivo alcançado: 8 de março é um dia destinado à luta das mulheres.
Em Vitória (ES)*, as/os manifestantes se reuniram em frente à sede administrativa da Defensoria Pública do Estado Espírito Santo e percorreram as ruas do Centro da capital capixaba. O ato protestou contra o feminicídio, a reforma da previdência e as diversas violências sofrida pelas mulheres. Entre as organizações presentes, estava o Sindicato dos Servidores de Vitória (Sindsmuvi).
*Texto e fotos: Sindsmuvi-ES.
Confira as fotos de alguns atos pelo país
Porto Alegre
Belo Horizonte (MG)
Manaus (AM)
Macapá (AP)
Recife (PE)
Teresina (PI)
Rio de Janeiro (RJ)
Lutaremos contra o feminicídio, o racismo, o genocídio negro, a LGBTfobia, a Reforma da Previdência e pela revogação da Reforma Trabalhista.
Lutaremos por emprego e salário igual, por educação, creches públicas, gratuitas e de qualidade!
Pelo direito de migrar, de ser mãe. Pela legalização do aborto. Por terra e moradia. Por todas as mulheres e por justiça para Marielle.
No dia 14, quinta-feira próxima, os movimentos de mulheres e LGBT devem voltar às ruas para cobrar justiça pelo assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. A luta continua firme todos os dias.
Fonte: CSP-Conlutas.
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